sábado, 9 de junho de 2012

O Feio e Sujo em RP + Vidas Secas + Domingo dos Chefs

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Hi Folks!

hhhhhhhhhhh
Comentário.

hhhhhhhhhhhhhhh
O Feio e Sujo e o que salva em Ribeirão?!
hhhhhhhhhhhhhhh

Ainda ontem, ao chegar em R.P. pela entrada da cidade pelo bairro Quintino Facci I, pude observar o quanto é feia aquela primeira visão da cidade. O que se vê são desmanches e mais desmanches de carros. Lugares mal tratados pelo poder público e pelo próprio cidadão. Ruas, calçadas, estabelecimentos sem vida. Em muitos lugares cobertos de sujeira e uma terra largada.
kkkkkkkkkkkk

Esta situação não é somente nesta entrada, circula por toda cidade: dos bairros ao centro que neste sábado estava uma bagunça generalizada com os ambulantes tomando conta do calçadão e em uma selva entre eles e os lojistas. 
 
Não é a toa que quem pode corre para os shoppings da cidade, em busca de segurança e pelo que é belo: um faz de conta que o feio e o abandono não existe lá fora. Até quando isto permanecerá? As falsas maquiagens feitas pelo governo municipal? E a população, com sua parcela de culpa também? Em pleno século XXI com tantas informações continuamos no velho dilema bem aqui: temos a Índia e a Bélgica nesta cidade, formando assim a Belíndia. Triste!



Mande seus COMENTÁRIOS  clique na palavra COMENTÁRIOS  selecione NOME/URL


Vidas Secas.

Adaptação da obra de Graciliano Ramos, a Companhia das Cenas, com a direção de Ulisses Lopes participou da 12ª Feira do Livro em RP. Theatro Pedro II ficou lotado nas duas sessões.
hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

kkkkkkkkkkk
Após a apresentação da peça, alunos da Escola Jenny conversam com atores e diretor.
kkkkkkkkkk


Para visualizar mais fotos deste evento acesse:
https://picasaweb.google.com/104028911432662121340/9DeJunhoDe2012#


Domingo dos Chefs.

Novamente em cartaz o Domingo dos Chefs no Casimiros Boteco Gourmet que teve a largada com o chef Gula Biage com sua saborosa e tradicional Paella Marineira.
hhhhhhhhhhhhhh

Outros chefs participam do evento como Paulo Bolliger, do Restaurante Nicanor, de Franca (SP); Du Lança, do próprio Casimiros; Guilherme Teodoro, do Del Cacciatore; Gê Laureano, do Espaço Chef Gê Laureano; Marcelo Freitas, chef do Casimiros; Tiago Caparroz, do Flor de Sal Bistrô, entre outros.

“Domingo do Chef Casimiros” – de 27 de maio a 23 de setembro de 2012

A cada 15 dias, um chef diferente e uma receita nova
Local: Casimiros Boteco Gourmet
Horário: das 12 às 16 horas
Endereço: Rua Casimiro de Abreu, 944 (esquina com a rua Eliseu Guilherme)
Reservas: (16) 3610-8558 / 3632-4975.






** Textos Interessantes **
jjçççççççççççjjjjjjjjjjjjjjkkkkkkkkkkkkkkjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj
Nesta coluna, publicarei alguns textos (ou videos) escritos por diferente autores, sejam eles conhecidos do público ou pessoas comuns, mas com uma bela sabedoria para escrever sobre assuntos que valem a pena ser lidos para uma reflexão do que acontece em nosso planeta.

Mãos que eu afaguei
Fernanda Torres - Folha de SP 08 6 12


O poder vicia. No vício, perde a inocência. E, se todos têm culpa, ninguém é culpado.

Marluci enrolava meus bobes no camarim da televisão, quando comentou que o depoimento do Demóstenes no Conselho de Ética, em curso naquela tarde, lhe parecia convincente.

A simpatia da cabeleireira escorreu pelo ralo junto com o Nextel do senador pago por Cachoeira. Já ao anoitecer, ela havia recuperado a sua habitual indignação.

Eu também, em frente à TV naquela manhã, fui tomada por um sentimento involuntário de compaixão. "Pelo menos ele está falando!", pensei. O emudecimento na CPI do dia seguinte, a exemplo do Nextel, destruiu a longa defesa da véspera. Mas quem, no lugar dele, cometeria o desatino de abrir a boca?

A máquina eleitoral é um leviatã voltado para os próprios interesses que opera na ilegalidade. A política corrompe ao mesmo tempo que produz desenvolvimento e riqueza. Se não para todos, pelo menos para os que sobrevivem nela.
O poder vicia. No vício, perde a inocência. E, se todos têm culpa, ninguém é culpado.

Há sete anos, quando as denúncias do mensalão espocavam nas primeiras páginas dos jornais, fui almoçar com um amigo em um restaurante extinto do Leblon. Já pagando a conta, percebi que na única mesa ocupada, bem na saída do salão, estava sentado José Dirceu.

Roberto Jefferson entoando vingança, o próprio Dirceu, no documentário "Entreatos", declarando possuir um cofre cheio de filmes bem intencionados que poderiam arruinar a reputação dos que concordaram em aparecer neles, a careca do Valério, Delúbio dopado, Lula, o PT e o PSDB, a Telecom e o Opportunity; sem falar na Casa Civil, no movimento estudantil, na guerrilha, nas plásticas e na clandestinidade mantida até diante da mulher; 50 anos de história me contemplavam em meio às mesas vazias, bem na passagem de quem queria chegar à porta.

Catei a bolsa e sai batida, eu não o conhecia, não era agora que iria me apresentar. Receei que parecesse que eu estava lhe virando a cara. Eu não me sentia pior e nem melhor do que Dirceu, certamente menos audaciosa. Ele me provocava a consciência incômoda do quanto ignoro as regras do jogo político e de como vivo à beira, e à mercê, da corda bamba dos que orbitam o trono.

Anos depois desta tarde, em um forró da Flora e do Gil, durante uma conversa com o meu parente sardo, Sérgio Mamberti, levantei os olhos e dei de cara com um homem cujo nome não me vinha à cabeça. "Oi, Ferrrnanda", ele disse, com um sotaque carregado do interior paulista. José Dirceu! Era uma de suas primeiras aparições sociais depois de uma longa reclusão pós-escândalo.

A mesma paralisia do Leblon, a força gravitacional em torno daquela entidade, somada à culpa de não ter me dirigido a ele no longínquo almoço carioca, agravaram a falta de jeito. Levantei uma mão e acenei com um sorriso tímido, de longe.

O desconforto por ter sido incapaz de encarar José Dirceu pela segunda vez me perseguiu por toda a festa. O medo de que ele houvesse notado as dúvidas insolúveis que me invadem na sua presença.

Muitos o desprezam, outros o consideram a encarnação do exu capeta, alguns alegam que todos agem igual; corre a lenda de que, nos tempos de gato incendiário, Dirceu fazia amor sobre a bandeira nacional.

É impossível se manter indiferente diante de uma reputação suicida como a dele.

Como nos insuperáveis romances do século 19, a vilania e o heroísmo se misturam de forma explosiva em José Dirceu. Para além do bem e do mal.

No fim do arrasta-pé, sentada mais uma vez ao lado de Mamberti, senti, pelas costas, um vulto se despedir dos demais. Me virei, era Dirceu. Ele pousou a mão nos meus ombros e eu, com o desejo culposo de reparar o mal-estar dos últimos encontros, segurei sua mão num movimento inconsciente e a beijei.

Uma fração de segundo após o ato, descolei os lábios da pele morena e olhei para os lados, aterrorizada com a ideia de ter sido pega por um fotógrafo em um momento tão íntimo e complexo da minha madureza atormentada.

É como tão bem resumiu a esposa de Cachoeira: "Isso é uma coisa que poderia acontecer com qualquer um".


Nenhum comentário: